![]() |
Said, Jairo e Mário de Casto - a primeira linha genial do futebol brasileiro |
Esse trio fora fenomenal. Para a imprensa e para os adversários, eram o Trio Maldito. Mas nunca houvera linha tão bendita para a Massa. Essa linha de ataque foi, sem dúvida, um dos principais trios ofensivos do período amador do futebol.
“Ele driblava tanto e tão bem, que com a bola nos pés, passando por entre os adversários, era capaz de gravar seu nome no campo: Mário de Castro”. A definição faz parte de uma crônica do jornal “Diário de Minas” do final dos anos 20. O center-foward atleticano, semi-deus, primeiro super-ídolo da história do clube, iniciou em 1926 sua eterna trajetória alvinegra. (Conferir história completa de vossa santidade Mário de Castro)
Jairo era natural de Muriaé, e havia chegado a Belo Horizonte para cursar medicina. Acabou dividindo seu tempo entre a academia e o Atlético. Era o cérebro do trio, o homem que atraía a marcação e arnava as jogadas. As notícias de suas façanhas em campo correram o estado e, é evidente, repercutiram com força onde se comentasse sobre o bom futebol.
O meia-direita Said Arges foi o principal responsável pela adesão da colônia árabe adotar o Clube Atlético Mineiro como segunda casa. Daquele time genial, Said foi quem demonstrou mais paixão pela bola. Se pudesse, passaria 24 horas por dia no campo. Said tinha uma personalidade interessante, conta Ricardo Galuppo, quem pela primeira vez deparava com seu cenho franzino, tinha a impressão de estardiante de um sujeito reservado, de poucos amigos. Bastavam cinco minutos de conversa para ele se revelar um tremendo boa-praça. Said chegou ao Atlético em 1926 e deu início ao forte caso de amor entre o alvinegro e a colônia árabe de Minas Gerais. Foi apelidado de Abi-Chute ("Abi" significa pai, em árabe).
![]() |
O esquadrão atleticano de 1929; Jairo, Said e Mário, respectivamente, em pé, ao meio. |
Com sua trinca de reis e um grupo de gênios em campo, o Atlético do final dos anos 20, início dos 30, parecia indestrutível. Era forte e irremediavelmente vencedor.
Referências
Referências
- GALUPPO, Ricardo. Raça e Amor - A Saga do Clube Atlético Mineiro Vista da Arquibancada. BDA, 2003. Coleção Camisa 13. 173 p. ISBN 8572342818