19 de dezembro de 1971
O Galo encararia o Botafogo naquela tarde no Maracanã, precisando apenas de um empate para ser o primeiro campeão brasileiro.
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Se fizerem um eletrocardiograma da bola, verão que até ela está com o coração batendo na garganta.
Vocês dirão que não - que bola não pensa, que bola não sente. Ah, ingênuos: a bola sempre soube que rede beijar, que rede abraçar. E o sim dela, às vezes deixando para última hora, para nos fazer sofrer, costuma ser dado, em 69% dos casos, a quem merece. Isto é, a quem, desde a primeira vista desde Campeonato nacional, pôs amor em tudo que fez.
Daí eu acreditar no Atlético.
Comparem os três finalistas. Mais do que o São Paulo, mais que o Botafogo, o Atlético veio merecendo ser o campeão. Era só um turno - o Atlético se classificou pelas próprias pernas, sem nada da ajuda da CBC que acabou mantendo a esperança do São Paulo e, tambem, do Botafogo.
Depois, quando ampliaram tudo, em nenhum momento o Botafogo e o São Paulo conseguiram merecer mais.
Houve ocasiões, sim, em que mereceram tanto quanto o Atlético, mas nunca mais que o Atlético.
Ainda que fria, ainda que indiferente, a bola levará isso em conta.
Eu acho que tudo na vida é uma questão de merecer.
Se nós sabemos que merecemos o descanso de pés descalços, ficamos de pés descalços.
Os jogadores do Atlético podem estar tranquilos, estão tocados por essa certeza. Quer dizer, então, que eles acreditam que, num balanço de tudo que houve, são os que estão capacitados e predestinados para serem os campeões. Ora, as pessoas assim na grama ou fora da grama, não mais fortes, são mais corajosos, são mais tranquilos.
As pessoas assim são quase invencíveis.
E que tem uma fé ou certeza e sabem: somos melhores. Por essa razão é que gostei que o jogo fosse lá. Uma vitória aqui, um empate aqui não terão o mesmo gosto da vitória lá, do empate lá. Para que ninguém mais tenha dúvida, é indispensável que, no Maracanã, com grama, solta ou molhada, o Atlético seja o campeão.
Vocês dirão que não - que bola não pensa, que bola não sente. Ah, ingênuos: a bola sempre soube que rede beijar, que rede abraçar. E o sim dela, às vezes deixando para última hora, para nos fazer sofrer, costuma ser dado, em 69% dos casos, a quem merece. Isto é, a quem, desde a primeira vista desde Campeonato nacional, pôs amor em tudo que fez.
Daí eu acreditar no Atlético.
Comparem os três finalistas. Mais do que o São Paulo, mais que o Botafogo, o Atlético veio merecendo ser o campeão. Era só um turno - o Atlético se classificou pelas próprias pernas, sem nada da ajuda da CBC que acabou mantendo a esperança do São Paulo e, tambem, do Botafogo.
Depois, quando ampliaram tudo, em nenhum momento o Botafogo e o São Paulo conseguiram merecer mais.
Houve ocasiões, sim, em que mereceram tanto quanto o Atlético, mas nunca mais que o Atlético.
Ainda que fria, ainda que indiferente, a bola levará isso em conta.
Eu acho que tudo na vida é uma questão de merecer.
Se nós sabemos que merecemos o descanso de pés descalços, ficamos de pés descalços.
Os jogadores do Atlético podem estar tranquilos, estão tocados por essa certeza. Quer dizer, então, que eles acreditam que, num balanço de tudo que houve, são os que estão capacitados e predestinados para serem os campeões. Ora, as pessoas assim na grama ou fora da grama, não mais fortes, são mais corajosos, são mais tranquilos.
As pessoas assim são quase invencíveis.
E que tem uma fé ou certeza e sabem: somos melhores. Por essa razão é que gostei que o jogo fosse lá. Uma vitória aqui, um empate aqui não terão o mesmo gosto da vitória lá, do empate lá. Para que ninguém mais tenha dúvida, é indispensável que, no Maracanã, com grama, solta ou molhada, o Atlético seja o campeão.
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É necessário haver um equilíbrio da vontade e da cabeça fria, e o Atlético de Telê, bem mais do que no ano passado, mostrou uma evolução tática, técnica e psicológica.
Este ano no nacional, o Atlético conseguiu ser bom também longe de Minas. Tão bom que pode, logo mais, repetir seus melhores jogos e impor seu ritmo ao adversário, porque na hora em que o ritmo for do Atlético, haverá um confronto dos onze jogadores. E a vantagem será do Atlético, pois, um um, seus jogadores são melhores.
Telê está com o esquema pronto para a questão do ritmo.
Este ano no nacional, o Atlético conseguiu ser bom também longe de Minas. Tão bom que pode, logo mais, repetir seus melhores jogos e impor seu ritmo ao adversário, porque na hora em que o ritmo for do Atlético, haverá um confronto dos onze jogadores. E a vantagem será do Atlético, pois, um um, seus jogadores são melhores.
Telê está com o esquema pronto para a questão do ritmo.
Nós todos éramos crianças - e muitos de vocês nem nascidos eram - , e já diziam que futebol não tem lógica.
Nos 90 minutos, há sempre uma lógica, pois não se ganha de véspera, e a lógica funciona só a partir do início de um jogo. Mas conhecendo Telê, conhecendo o esquema de jogar do Atlético, conhecendo os 11 jogadores do Atlético, eu não tenho dúvida: o Atlético está maduro, tática, técnica e psicologicamente para ser o campeão.
De mãos secas, coração sossegado, eu confio e espero.
Espero que, em nome do melhor esquema de jogo do nosso país em 1971, o Atlético seja, logo mais, o campeão brasileiro, porque de Renato a Romeu (ou Tião) há uma luz clareando o Atlético.
A luz dos campeões, dos verdadeiros campeões.
De mãos secas, coração sossegado, eu confio e espero.
Espero que, em nome do melhor esquema de jogo do nosso país em 1971, o Atlético seja, logo mais, o campeão brasileiro, porque de Renato a Romeu (ou Tião) há uma luz clareando o Atlético.
A luz dos campeões, dos verdadeiros campeões.
Roberto Drummond
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