domingo, 1 de maio de 2016

UBALDO




Ubaldo Miranda em seu lugar de essência, nos braços da Massa!




"Naquele tempo, só duas pessoas eram carregadas nos ombros do povo: o presidente Jucelino Kubitschek e eu." Orgulho legítimo de quem foi protagonista de cenas extraordinárias com a camisa alvinegra.


O menino que fugiu de casa levava alguns trocados, uma trouxa de roupas e a carta de recomendação de um figurão de Divinópolis para a diretoria do Atlético no dia que tomou o ônibus para a capital mineira. Quando chegou no Galo em 1949 Ubaldo Miranda tinha apenas dezessete anos.

Adorado pela Massa, Ubaldo é o 8º maior artilheiro da história do Atlético. Conquistou diversos títulos e foi autor de 135 gols pelo Galo, bradando: "Isso porque eu só jogava aos domingos".





Desde o início, Ubaldo, ficou conhecido por uma característica estranha. Se a bola vinha fácil, na cara do gol, com o arqueiro batido e o beque a cinco metros de distância, chutava fora: "Gol assim não tinha graça". Agora, quando a bola já estava perdida, quando o gol era impossível ou após chutes em falso - gol certo. Certa vez, dominou a bola no meio do campo e já despachou num petardo em direção ao gol. A bola subiu, subiu e continuou subindo... Quando todos imaginavam que ela sairia, caiu de uma só vez e foi se alojar no fundo da rede. Assim eram os gols de Ubaldo. Por esse tipo de lance ficou conhecido como o "artilheiro dos gols espíritas". Muitas vezes eram mesmo sobrenaturais. Os incrédulos racistas azuis insistiam em provocá-lo dizendo, dentre outras bobagens, que seus gols eram 'obra de pacto com o diabo', macumba - atiçavam a fera e o resultado era sempre o mesmo: Ubaldo carregado nos braços da Massa.








Craque mitológico do folclore alvinegro, foi peça fundamental numa grande série de conquistas muito importantes na vida do Clube Atlético Mineiro.
Foi o jogador que mais marcou na campanha rumo ao pentacampeonato mineiro, com 39 gols. Em 1958, ele foi carregado do Estádio Independência até a Praça 7, no centro de Belo Horizonte, nos ombros da Massa.
No dia da morte de seu pai, o atacante Ubaldo pediu para atuar no clássico mineiro. O Galo bateu o Cruzeiro naquela ocasião com gol espírita.






Salve Ubaldo, eterna santidade do culto atleticano!




Referências 
  • GALUPPO, Ricardo. Raça e Amor - A Saga do Clube Atlético Mineiro Vista da Arquibancada. BDA, 2003. Coleção Camisa 13. 173 p. ISBN 8572342818

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