domingo, 1 de maio de 2016

O PRIMEIRO TRI





No início dos anos 50, já naquela época, as torcidas rivais se valiam de argumentos ingênuos para tentar reduzir a importância das conquistas atleticanas. O América havia sido tri em "mil novecentos e antes de Kafunga". O Villa Nova já havia sido tri. Aquele time azul do Barro Preto tambem já tivera essa sorte - somando todos estes títulos e mais outros avulsos, o Atlético tinha mais conquistas que eles todos - mas ainda nunca havia conquistado um tricampeonato.

Em 1952 o Atlético com um timaço que contava com craques de extremo cacife como Zé do Monte, Lucas Miranda, Haroldo, Afonso, Ubaldo e Vavá sagrou-se campeão e tornou a fazer o feito no ano seguinte chegando ao bi em 1953. Um ano depois, na decisão do Mineiro, era hora do Atlético quebrar o tabu e carimbar de vez sua hegemonia - Em 1954, sagrou-se tricampeão e calou de vez a malta adversária. A vitória da consagração final por 2 a 0, foi justamente sobre o ex-Palestra Itália - Teve gol espírita de Ubaldo e muito olé completando o baile alvinegro. Naquela decisão, houve um feito espetacular. Numa jogada de ataque que parecia inofensiva, a bola ia sair pela linha de fundo. Ubaldo, que não acreditava em bola perdida, foi até lá e a dominou. Contra uma defesa coalhada de jogadores de camisa azul, chutou a gol - ninguém sabe dizer como: a bola encontrou seu caminho entre os zagueiros e, caprichosa, parou no fundo das redes - era o segundo tento atleticano. Mal foi terminada a peleja, o entusiasmo atingiu as raias do delírio. Atleticanos mais exaltados invadiram o campo e carregavam os jogadores.
Um épico carnaval formou-se, tomando conta de toda Belo Horizonte, em uma das mais marcantes festas atleticanas que conturbou a capital por mais de uma semana. Num verdadeiro desmantelo carnavalesco, sob ondas de confetes, serpentinas e jatos de lança-perfume, carros alegóricos e escolas de samba passavam em homenagem a aqueles que, durante três anos consecutivos mantiveram sua hegemonia. O entusiasmo por esse clube deixou de constituir um fato meramente esportivo para tornar-se um fato social.

Aquele Tricampeonato foi inclusive, além da quebra de tabu, o pontapé inicial para que a máquina atleticana dos anos 50 formasse uma das maiores hegemonias do futebol mineiro: o Pentacampeonato de 1956.

(Em 1954 o Atlético vencia o seu 17° título estadual)

* Vavá foi o artilheiro da edição de 1952
* Ubaldo foi artilheiro da edição de 1953
* Joel foi o artilheiro da edição de 1954



Referências 
  • GALUPPO, Ricardo. Raça e Amor - A Saga do Clube Atlético Mineiro Vista da Arquibancada. BDA, 2003. Coleção Camisa 13. 173 p. ISBN 8572342818

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