Atleticano de Belo Horizonte, o xerifão nasceu no dia 16 de novembro de 1949 e iniciou sua carreira no futebol ainda muito jovem nos clubes de várzea. Em 1967 foi levado para o Acesita E.C. de Timóteo-MG, e logo foi cobiçado pelo Atlético.
Depois de dez meses no Acesita, aquele mesmo senhor que o levara para Timóteo o encorajou a tentar novamente seu sonho de jogar no Galo.
Assim, Vantuir reservou uma terça feira e faltou ao treino do Acesita, indo a Belo Horizonte enfrentar novamente o desafio de jogar no seu clube do coração. Depois de 20 minutos de bola rolando, Dequinha o tirou de campo com as seguintes palavras:
- Você fica! Pode ir lá em cima falar com a diretoria. Nem precisa voltar em Acesita para buscar suas coisas porque nós mandaremos buscar.
E foi assim que Vantuir iniciou sua história com a camisa do Atlético.
Zagueiro vigoroso e de ótima antecipação foi então ingressar no juvenil do alvinegro em 1968, e no ano seguinte assinava o seu primeiro contrato como profissional, tendo sua grande chance dada por Yustrich.
Um dia Telê olhou para Vantuir de uma forma diferente. Chamou o garoto de canto e disse em bom tom:
- Você é alto e rápido. Vai jogar no meu time de quarto zagueiro!
E Telê mostrou que estava certo. Depois de uma ótima estréia contra o Villa Nova, Vantuir foi eleito como melhor em campo, feito repetido na partida seguinte.
Além de quarto zagueiro, Vantuir também aprendeu a jogar na zaga central com a mesma eficiência. Ao lado de Grapete ou ainda Normandes, o miolo de zaga foi o ponto de equilíbrio do time que conquistou o campeonato brasileiro de 1971.
Ganhador da Bola de Prata da revista Placar em 1971, Vantuir foi convocado para integrar o selecionado canarinho que disputou e venceu a Taça Independência em 1972. Seu nome era presença quase certa no time de Zagallo para a disputa da Copa do Mundo de 1974 na Alemanha.
Em uma partida em Belém contra o Remo, Vantuir fraturou a tíbia e ficou afastado durante três meses. Ao retornar aos gramados, novamente sofreu com a cura mal feita de sua perna e novamente ficou mais quatro meses no estaleiro. Era o fim do sonho da Copa do Mundo!
Aos 19 anos, ele já assumia a condição de titular do time do Atlético, passando a ser um dos destaques de uma das maiores equipes da história do clube. O zagueirão Vantuir viveu todo o período áureo no Galo do final dos anos 1960 e início dos 1970 formando dupla de zaga intransponível com Grapete.
Vantuir era um zagueiro que hoje em dia faria um sucesso absurdo. Apesar de ser forte fisicamente e bom no jogo aéreo, ele era também um jogador de boa técnica, que dava qualidade à saída de bola da equipe.
Em 1971, na conquista do primeiro Campeonato Brasileiro pelo Atlético, Vantuir foi um dos principais jogadores do time comandado por Telê Santana. Participou de todas as 27 partidas da campanha, feito alcançado também pelo goleiro Renato, o volante Wanderley Paiva e o artilheiro Dario.
Antes do título brasileiro, Vantuir já tinha participado, em 1970, da conquista do primeiro título mineiro pelo Atlético na Era Mineirão. Ele foi campeão estadual ainda em 1976 e 1978, na sua última temporada no clube.
Ele jogou de 1968 a 1978 no Atletico, totalizando incríveis 507 partidas pelo clube alvinegro.
No Galo, o xerifão sagrou-se, além de Campeão Brasileiro, Campeão da Taça Belo Horizonte (1971), Bicampeão da Taça Minas Gerais (1975/76) e Tricampeão Mineiro (1970/76/78).
Dos campeões de 1971, Vantuir foi o último a sair do Atlético. Não foi, porém, uma resistência fácil. Foi uma fase repleta de acidentes. Em 1972, um processo e uma perna quebrada que o obrigou a ficar parado por mais de cinco meses. Em junho de 74, quando estava recuperando a forma, sofreu mais uma contusão. Valente lutou para manter a titularidade até seu ultimo jogo com a camisa do Galo, em 1978.
Salve Vantuir!
Referências
- GALUPPO, Ricardo. Raça e Amor - A Saga do Clube Atlético Mineiro Vista da Arquibancada. BDA, 2003. Coleção Camisa 13. 173 p. ISBN 8572342818
Nenhum comentário:
Postar um comentário